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Fortalecer a imunidade infantil – Parte 1

Se a imunidade de um adulto é importante pois os desequilíbrios associados à falta da mesma trazem uma diminuição considerável da qualidade de vida, numa criança, para além de poder ter o mesmo efeito do que nos adultos, estamos numa posição privilegiada; adoptando algumas medidas a curto prazo, podemos prevenir e criar a médio longo prazo um adolescente, e mais tarde um adulto, com capacidade de fazer escolhas baseadas no seu potencial e não nas suas deficiências. 

O sistema imune é um sistema complexo, que tem como função proteger-nos de invasões externas que possam criar momentos ou períodos de debilidade mais longos.  É influenciado por diversos factores, físicos, climatéricos e emocionais. 

É um sistema que funciona bem por si só e apresenta um equilíbrio delicado; pouco estímulo da nossa parte pode enfraquece-lo e demasiado estímulo e stress nesse sentido pode criar um sistema imune hiperactivo que ataca o próprio corpo. 

Tal como a maioria dos hábitos saudáveis estes começam na infância e quando estamos na posição de educadores é-nos dada a possibilidade de nos educarmos a nós mesmos para que possamos também educar quem está sobre a nossa responsabilidade.

O que escrevemos aqui deverá, para um efeito mais profundo, ser experimentado na primeira pessoa para que depois de incorporado possa ser mais facilmente aplicado e transmitido. 

Este artigo surge assim da nossa experiência pessoal e de um desafio que propus à Marta, para que me desse cinco pontos que ela considera importantes no fortalecimento da imunidade infantil.  Passados três dias ela apresentou-me a lista que partilho abaixo convosco:

  1. Não consumir alimentos com açúcar refinado;
  2. Consumir alimentos o menos processados possível e com o mínimo de ingredientes na sua composição;
  3. Consumir uma sopa ou um caldo nas principais refeições;
  4. Optar por alimentos de produção biológica;
  5. Contacto diário com a natureza. Passar pelo menos 1h por dia ao ar livre.

Para facilitar a leitura dividimos este artigo em várias partes que iremos publicando.  Começamos pelo primeiro ponto. 

1. Não consumir alimentos com açúcar refinado

Numa viagem conjunta que realizamos a Amsterdão, estivemos com uma amiga nossa que ensina Nutrição Oriental num dos institutos mais conhecidos desta cidade. A dado momento houve a possibilidade de trocar apontamentos sobre alimentação infantil. Uma das notas que a Tanya tinha sobre a utilização de açúcar e que a sua professora chinesa, mestre nessa área, recomenda nas suas consultas pediátricas é que o açúcar deve ser consumido por uma criança a partir dos 8 anos e nunca antes desta idade. 

Na nossa perspectiva e entendimento a pergunta que colocamos é a seguinte: se só se recomenda o consumo de álcool a partir dos 16 anos, porque até lá não existe uma maturidade do organismo para o processar esta substância, até que ponto é que a utilização de açúcar de forma prematura na alimentação infantil vai encontrar um organismo incapaz de o processar tal como o adulto o realiza? O açúcar é vazio de vitaminas, proteínas, sais minerais, não é portanto um alimento que seja necessário para o desenvolvimento de uma criança ou que tenha qualquer vantagem nutricional. 

Pelo contrário. Sendo um alimento inflamatório por excelência, vai criar quando consumido nos diversos alimentos infantis onde faz parte dos ingredientes, como as papinhas, as bolachinhas, os suminhos, o pãozinho, os chocolatinhos e outros “docinhos infantis que não fazem mal nenhum” uma inflamação e uma reatividade constante do sistema imune enfraquecendo com isso gradualmente a imunidade. 

Não existem alimentos que contenham açúcar – mesmo em pequenas quantidades – que sejam inocentes e inócuos.  

Se hoje uma grande parte da alimentação infantil contem açúcar, existem também já muitas alternativas que não contém este químico, bastando para isso cultivar a arte de ler o rótulos. 

Quando compra um alimento não deve adquiri-lo se não conhece todos os ingredientes que constam no mesmo. Numa época de informação, hoje é possível, em minutos, com uma pesquisa, saber mais sobre os vários ingredientes presentes nos rótulos e se são ou não saudáveis. 

Mas, ver a imunidade como algo apenas ligado às doenças é limitador. 

Numa perspectiva mais ampla a imunidade pode ser observada como a capacidade de preservar o nosso espaço e integridade pessoal, física e emocional e daqueles que temos a nosso cargo. 

Se numa época em que existe uma consciência cada vez maior sobre para onde vão os nossos dados pessoais, das páginas que visitamos e redes sociais das quais fazemos parte e de como é constrangedor quando existem fugas de informação que criam uma sensação de invasão e violação da nossa privacidade pessoal.

Pensamos ser também importante reflectir ao que nas nossas vidas, no dia a dia, abrimos as portas, sem ler os rótulos e sem medir todos os prós e contras do que trazemos para casa. 

Colocar um alimento desconhecido ou agressivo no seio familiar é também permitir uma invasão. Concordamos e aceitamos que uma empresa coloque sobre a forma de “alimentos” informação desconhecida ou ignorada por nós nos nossos corpos, invadindo e alterando a sua forma natural de funcionamento ao ponto de o enfraquecer e adoecer. 

Aqui é clara a nossa posição, não são as companhias que deviam deixar de colocar açúcar nos alimentos infantis, não são as escolas que devem deixar de utilizar este químico na alimentação, não são os governos que devem criar leis mais estritas no sentido da comercialização deste produto.  Mas sim que sejamos donos das nossas próprias escolhas e que passemos estas escolhas aos nossos filhos. 

A informação e a capacidade de criar alternativas deixa-nos mais autónomos e menos dependentes de que outros, empresas, escolas, governo, cessem ou proíbam a sua utilização e façam as escolhas por nós, quando estas podem fazer-se no aqui e agora e na próxima vez que for às compras. 

Embora o açúcar seja apenas a ponta do icebergue na alimentação infantil, começar por aqui é fundamental, quer se  já existem sintomas instalados de imunidade fraca na criança quer se deseje para que no futuro possa realizar escolhas baseadas no seu potencial de saúde – em vez de escolhas baseadas nas suas deficiências e fragilidades criadas. por uma alimentação deficiente das quais neste momentos como educadores somos os maiores responsáveis no processo. 

Obrigado pela vossa prática.

Lourenço de Azevedo

 

 

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